data Categoria: Colunas |  data Postado por pr.sergio há 12 anos | Imprimir Imprimir
Políticos Paraquedistas os salvadores da Pátria?

 

 

Platão e a Ciência Política “Ele foi o primeiro e talvez o último (ser), a sustentar que o estado deve ser governado não pelos mais ricos, os mais ambiciosos ou os mais astutos, mas pelos mais sábios.”

Por quem deve ser governado o Estado ( Município, Estado e União)? Estaria Platão certo em sua proposição? Se estiver certo, seus ossos devem estar se tremendo todo em saber o que está acontecendo nos mais diversos rincões de nossa nação. É cada coisa que aparece como candidato… cada nome… cada figura: Valdo Sanduíche, Janu da Combi, Beleza, Calango, o Beiço, Loirinho da Pizzaria, Pingo de Mel, Nego Osvaldo Bilisquete, Cabo Luiz Cadeado, Magal Saque Rápido, Zé Pereba, Vovô do Rock…

Em toda a história sempre surgiram os políticos salvadores da pátria, os paraquedistas que querem saltar no meio do fogo e apagar uma floresta inteira em chamas com uma garrafa pet. O problema é que a história mostra que estes políticos não faz futuro. Político, como qualquer outra profissão requer vocação. Eu não tenho vocação política, minha vocação é pastoral, é o que gosto de fazer, é onde me realizo. Muitas pessoas entram na política pelo motivo errado: uns por que querem um emprego; outros por que veem facilidade em enriquecer ilicitamente; outros por que juram que tem a solução para salvar o mundo do caos com um passe de mágica; somente alguns poucos que entram por vocação, destes últimos que separar os que são honestos e os desonestos. Então, perceba, fica uma pequena margem de gente boa para fazer a coisa toda dar certo.

A política é uma ciência, e os seus atores precisam se enquadrar no sistema, que hoje privilegia a corrupção. Para se vencer uma eleição é preciso alcançar a ampla maioria dos votos, por isto, é preciso fazer acordos, nestes acordos é preciso ser maleável, negociador, longânimo. Para que ocorra o join (alianças), dos partidos é preciso fazer promessas, entregando secretarias e ministérios e cargos importantes para grupos muitas das vezes antagônicos em suas ideias e princípios, logo, é necessário negociar princípios e valores. Desta forma o candidato se vê negociando valores que até então ele nem imaginava que iria negociar. Com pouco tempo ele já está condicionado pelo sistema que ele jurava que iria sarar.

O que o senhor quer dizer com isto pastor, a coisa não tem jeito? Tem sim, mas, a solução não está nas mãos de paraquedistas, mas, de vocacionados competentes, com perfil de luta, com história de mobilização ou de alguma grande realização, com garra e sobretudo honestidade e que não está precisando de um emprego para trocar de vida e nem de uma oportunidade para enriquecer.

Como pastor, também já me iludi achando que a solução estava na política, já fiz campanha pra candidato, mas, não me vendi e não troquei votos por telhas, areia, cimento, dentadura… e nem nenhum assistencialismo para minha congregação. Assistencialismo é CRIME. Por outro lado, o candidato que não atende ao clamor de um povo carente de tudo, não se elege. É duro. Então a coisa toda é feita muito escamoteada. A corrupção do sistema já começa antes de se entrar nele.

Creio que a Igreja tem a solução para ajudar na política, mas, não é se envolvendo diretamente, é gerando pessoas de caráter, bom coração, longânima, que não se corromperão diante de um sistema corrompido.