data Categoria: Colunas |  data Postado por pr.sergio há 14 anos | Imprimir Imprimir
O assassinato de Deus.

O assassinato de Deus dá-se através do cultivo de um mundo sem Deus, comprovado através da falta de responsabilidade nos atos e a despreocupação com o dia de amanhã, sobretudo no que diz respeito ao outro.

Grande parte da Europa experimentou aos longos dos anos um grande declínio espiritual devido a uma religião falida e uma espiritualidade ritualística e morta. A situação ficou tão feia que fizeram a morte de Deus. Morrendo Deus, morre também muitos princípios e conceitos que foram denominados tabus, sendo simplesmente tabus, precisaram ser quebrados. E, se a única coisa que nos leva ter princípios é Deus, morrendo Deus, morre todo o conceito de certo e errado, de bem e mal, justiça e injustiça.

Muitos de nós, apesar de não ser europeu e nem de descendência européia, está matando a Deus dentro de si. O pior, é que, diferentemente do pensamento europeu, muitos fazem isto sem se afastar da religiosidade.

Alguns fatos gritantes ocorridos na sociedade tem nos chocado profundamente, mas, se pararmos para pensar um pouco mais sobre seriamente, iremos chegar a conclusão que o que está acontecendo é apenas reflexo de uma sociedade religiosamente doentia, sim doentia, por que uma religiosidade ausente dos princípios da divindade a quem cultua, só pode estar doente.

Tive o privilégio de poucos em poder fazer o mestrado em Religião e Sociedade, por isto, meus olhos vão acima de um simples contexto religioso e uma práxis religiosa sem fundamento. Porém, como simples observador da sociedade, tenho visto o quanto estamos caminhando para dias cada vez mais difíceis, onde a fraternidade, o amor ao próximo e o caráter social estão cada vez mais escassos. Ao contrário tem sido cada vez mais crescente o número de corrupção, escândalos e crimes em todos os níveis.

O que temos visto em termos da crescente violência são frutos de uma árvore da maldade. Toda árvore é resultado de uma semente ou de uma muda. Estamos colhendo aquilo que estamos plantando. A Bíblia diz que “quem semeia vento, colhe tempestade“. Nossa sociedade tem semeado, adubado e regado o mal, e inconseqüentemente tem gerado uma floresta de perversidade.

Quando plantamos isto, pergunta-se? A teoria do caos explica que uma simples borboleta sobrevoando o oceano pacífico pode provocar um furacão. As nossas pequenas ações podem provocar um enorme caos social. Vejamos simples exemplos:

Na área musical – Observe não o ritmo, mas a apologia das letras e danças, notem bem os pequenos reproduzindo o que estão aprendendo. As danças eróticas têm produzido uma sensualidade nunca vista, a não ser em cabarés. Os pequenos crescem achando que a sexualidade é algo banal. O resultado: Crianças de 11 anos em diante estão concebendo filhos da irresponsabilidade. Estes crescem marginalizados, sem afeto, sem família, sem amor ao semelhante. O que eles se tornam?

Na área política – A ganância tem levado pessoas irresponsáveis às mais diversas funções na política. Vivemos em um país tão rico, entretanto cheio de miseráveis, por que alguns tem descoberto as veias financeiras e tem enriquecido a custa da miséria e da fome de muitos. Esta fome gerada não é apenas de alimento, mas de cultura, educação, informação… O resultado tem sido uma forte reação inconsciente e coletiva através de ações perversas.

Na área comercial/empresarial – Quando não se pensa no efeito das ações comercias e empresariais, o resultado é catastrófico. Simples exemplo são as empresas de preservativo que tem enfiado muito dinheiro na mídia para que esta nos passe a sensação de que o preservativo é a solução para o problema da AIDS. Por causa do lucro, comerciantes e empresários vendem a própria alma a lúcifer para enriquecerem, não importando qual será o resultado do seu lucro. Filmes, revistas, programas de TV e etc., investindo pesado no sexo, por que em uma sociedade doente e espiritualmente decadente é o que vende. Poucos se importam com o resultado final de tudo isto, até que um adolescente entra em sua casa e comete uma tragédia. Aí vem a pergunta: onde está Deus que não vê tudo isto? Mas, se esquece que das muitas vezes que patrocinou a pornografia direta ou indiretamente.

Na área religiosa – Estamos vivendo um grande boom na religiosidade. Cada vez mais novas religiões têm surgido, e as antigas estão se renovando buscando adequar-se a um novo tempo. Minha pergunta é: a que custo? O resultado disto são pessoas religiosamente frustradas. A frustração convida a mágoa, e esta produz o rancor, que por sua vez destruirá toda essência da bondade e do amor. Dependendo da área de atuação da pessoa atingida, iremos perceber o tamanho do estrago que a falsa religiosidade irá produzir.

O que precisamos? Precisamos ressuscitar a Deus dentro de nós, e eliminar a essência perversa que insiste em nos levar para caminhos obscuros. Precisamos de uma religiosidade autêntica que nos leve a nos tornarmos seres humanos melhores. Precisamos dar a nossa contribuição para que o mundo seja curado. Isto não é utopia, é sonho de Deus para nós. Quando assassinamos a Deus, matamos o seu sonho. Deus tem um sonho conosco e um sonho de dias melhores. Então, não pare de acreditar, por que Ele é real, embora no meio de todo este caos, não estamos conseguindo Vê-lo, mas creia, você pode senti-lo, se quiser.

 

Pr. Sergio Rosa – Primeira Igreja Batista em Belmonte