data Categoria: Entreterimento |  data Postado por redacao há 3 anos | Imprimir Imprimir
Herculano Assis lança o seu 4º livro dedicado à cidade de Belmonte.

O escritor e pesquisador belmontense, Herculano Assis, se prepara para lançar mais uma obra no próximo dia 03/11. Estamos falando do livro “Encantos”, onde o escritor mostra mais uma vez o seu talento poético retratando as características da Terra do Mar Moreno. Essa é a quarta publicação do escritor, que tem como novidade as imagens capturadas pelo fotógrafo Gilberto Teles. “Nessa obra procurei retratar Belmonte usando palavras e imagens, proporcionando ao leitor uma imersão completa na aventura de conhecer as nossas riquezas naturais e culturais. Esse livro é totalmente dedicado ao povo de Belmonte. Esse povo que eu tanto amo e do qual eu tenho orgulho de fazer parte.” – Comentou Herculano.

Em conversa com nossa equipe, Herculano Assis, informou que, por conta da pandemia, a editora optou por lançar primeiramente a versão e-book que estará disponível nas plataformas digitais da Amazon, Saraiva, Apple, Gooogle e Livraria Cultura. “É um livro de poesias com fotografias que mostram esse lindíssimo cenário, que é Belmonte e suas belezas. Essa publicação estará disponível nas plataformas digitais, onde os interessados podem acessar e fazer um download. Ainda teremos a versão material que também estará disponível para os leitores futuramente.” – Comentou Herculano Assis.

Segue abaixo trechos da obra:

O rei do paraíso

Ao vagar nos rastros da lua E despir os sonhos Nos lábios do Jequitinhonha, Saí coberto de prata. Por isso meu berro é rouco E revela pouco que sou cria de Belmonte, Senão, todos descobrem Que sou rei. Pois se a vida consagrou Belmonte, Senhora de minh´alma, Então, do paraíso já sou íntimo.

Imagem do livro
Fotógrafo: Gilberto Teles

Sonho insone
para Magnun

Foge o poente num sopro de nardo, No menestrel das pálpebras silentes, Onde regressam os sonhos insones, Num carrossel de valsas encantadas.

Vem! As brisas profanam tua doçura
Nos murmúrios dos rastros de ternura, Que desmaiam nas pétalas d´alcova E no exílio de minh´alma florescem.

Vem! Despe a relva do lírio luzente,
Num desplumar de harpas divinais E no silêncio das brumas dançantes, Adormecer infante no teu ventre.

Sim, arcanjo dos lábios de alvorada!
Se partires da várzea dos meus
braços, Levarás em tí, est´alma suspirante Que fingí eternamente ser minha.

Imagem do Livro
Fotógrafo: Gilberto Teles

Retalhos
Rasguei-me em retalhos Apenas para degustá-los E os amei Tão somente por serem meus. Doravante, Numa febril decomposição de encantos, Perdi-me entre feras atormentadas Na valsa insone dos fantasmas esquecidos, Onde tropeçam as almas nos grilhões da solidão. Sepultei as cinzas do peito N´alcova marmórea dos anjos sujos E no arpejo dos sonhos exilados, Serpejando nas bermas das sombras, Sangrei de amarga vinha, Na ânsia convulsiva De quem desperta para lucidez. Foi necessário uma dose sutil de morte, Para então, REVIVER. Entrevi o funeral do porvir (Cárcere dos gemidos piedosos) C´oa fronte desplumada em chagas, Entre o silêncio dos lábios de ferrugem E o desterro dos rastros fúlgidos De deserto em deserto, Fui povoando a cólera do meu peito. O mais que sou? Tão pouco que restou.