Todo o ano acontece na cidade de Belmonte o encontro de filarmônicas, evento idealizado e organizado pela COEFB – Comissão Organizadora do Encontro de Firlamonicas de Belmonte, que está em sua 6ª edição. Durante o evento a Comissão Organizadora mencionou que para a realização do encontro foi preciso superar vários obstáculos e o principal deles foi a falta de incentivo e investimento financeiro. A Comissão revelou que foi uma verdadeira corrida contra o tempo em busca de colaboradores, rifas ou bingos em prol de arrecadar recursos.
Mesmo com todas as adversidades o 6º Encontro de Filarmônicas não deixou de acontecer e de um total de sete filarmônicas convidadas, apenas 04 confirmaram presença e começaram a chegar em Belmonte na sexta-feira (15/11). A abertura oficial do evento aconteceu no sábado (17/11) com a homenagem promovida à filha do professor Ricardo Gomes da Silva, Maria das Graças Lemos Silva, promovida pelo Clube de Adeptas da Lyra. A homenagem aconteceu no salão nobre da sede da Filarmônica que foi batizado com o nome do grande maestro. Aos presentes ainda foi servido um delicioso coquetel.
A festa continuou na Praça da Bandeira com a apresentação da Filarmônica Lyra Popular e em seguida o cantor Joca assumiu o comando do palco colocando o povo pra dançar ao som dos grandes sucessos do momento.
Diferente dos outros anos a concentração das filarmônicas ocorreu na Praça Picopeu, de lá, todas elas (Lyra Popular de Belmonte, Nosso Sonho de Jenipapo de Minas Gerais, Amigos da Música de Wenceslau Guimarães, Lyra do Comércio de Canavieiras, Lyra Cabraliense de Santa Cruz Cabrália e 15 de Setembro de Belmonte), saíram em cortejo pelas principais ruas da cidade, onde eram reverenciadas pelo público presente nas ruas, em estabelecimentos e prédios rumo à Praça da Bandeira. Ao chegar à Praça as filarmônicas eram esperadas por centenas de pessoas, sendo todas elas bem aplaudidas. Em seguida o Mestre de Cerimônia, Raimundo Lopes, conduzia todo o espetáculo das apresentações.
O público se deliciou com um repertório super diversificado das bandas que foram dos famosos dobrados, ao samba, boleros, pop internacional e sucessos nacionais do momento. Alguns dos Maestros utilizaram sua fala pra discorrer da falta de certos investimentos que muitas filarmônicas vêm enfrentando, inclusive num discurso emocionante o Maestro da Filarmônica Amigos da Música de Wenceslau Guimarães falou da importância e a necessidade de um olhar mais atencioso por parte não apenas dos governantes, como também da própria sociedade como um todo às filarmônicas, pois as mesmas sofrem como uma série de fatores socioeconômicos e culturais que tornam a sua existência, como geradora de cultura, um difícil desafio, mas que mesmo diante destes vários obstáculos acredita na música como objeto de transformação social.
Às margens do rio Jequitinhonha, tendo como cenário natural o pôr do sol, por sinal um dos mais bonitos da Costa do Descobrimento, a noite dava boas vindas regada de uma sonoridade singular que ecoava aos quatro cantos da cidade, onde os acordes perfeitos e harmônicos deixavam bem claro que a cultura da música é contagiante em Belmonte e que se torna cada vez mais difícil ficar longe dela. E assim, com execução do Hino de Belmonte pela Filarmônica 15 de Setembro foi encerrada a 6ª edição do Encontro de Filarmônicas.